Influencers negros se juntam contra o racismo - Nica por aí

Influencers negros se juntam contra o racismo

  • terça-feira, setembro 22, 2020
  • By Carla Sabrina
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“Até quando vão fechar os olhos para isso?”, perguntam Douglas Belchior, Preta Ferreira, Ale Santos, Preta Rara e Maria Clara Araújo em vídeo-manifesto 


Alguns dos nomes mais representativos do movimento negro do Brasil na atualidade se uniram em um vídeo-manifesto a fim de provocar mudança na sociedade na luta contra o racismo. A ação, que visa intensificar o debate sobre o tema, faz parte da campanha “Vidas Negras” lançada no último dia 9 pela plataforma de petições online Change.org.

 

No vídeo, os influenciadores apresentam um manifesto narrando os marcos históricos que denunciam o racismo estrutural na sociedade brasileira. Ao longo de pouco mais de dois minutos, discorrem sobre a condição da negritude no Brasil e apontam desigualdades com base em dados e contextualização histórica, provocando reflexão em quem assiste. 

 

A rapper e historiadora Preta Rara abre as falas lembrando que a escravidão traficou mais de 5 milhões de vidas da África para o Brasil, num regime que durou 350 anos, mas que perpetua desigualdades até hoje. Na sequência, os ativistas escancaram números sobre o racismo na atual sociedade. Apesar de negros serem maioria na população brasileira (54%), eles são minorias nos cargos executivos e na política, citam os militantes no vídeo. 

 

“Dentre os mais pobres no Brasil, 78% das pessoas são como eu, negras”, pontua o educador Douglas Belchior. “A cada 23 minutos um jovem negro é violentamente assassinado no Brasil. Até quando vão fechar os olhos para isso?”, questiona o influencer em outro ponto. 

 

O vídeo, feito pela Oxalá Produções, ainda conta com as participações de Preta Ferreira, militante do movimento por moradia, de Maria Clara Araújo, transfeminista e educadora decolonial, além do escritor e pesquisador Ale Santos. 

 

Campanha Vidas Negras

 

A campanha “Vidas Negras”, lançada pela Change.org, tem o vídeo-manifesto como elemento principal, mas ainda conta com outras peças, como outro vídeo inédito gravado pela mãe do garoto João Pedro, morto durante operação policial no Rio de Janeiro, em 18 de maio. No filme, Rafaela Pinto critica a atuação da polícia nas comunidades e cobra justiça.

 

O objetivo da campanha é ampliar a visibilidade de mobilizações surgidas na plataforma com a temática antirracista. Por isso, outro elemento da “Vidas Negras” é um hotsite que concentra mais de 90 abaixo-assinados e 7,7 milhões de apoiadores em torno que pautas por justiça racial. Um deles engaja mais de 3 milhões de assinaturas pedindo justiça a João Pedro.

 

A página na internet tem parceria da Coalizão Negra por Direitos, que reúne 150 organizações do movimento negro no Brasil. Confira o hotsite: changebrasil.org/vidasnegras

 

A fim de intensificar o debate e gerar mais apelo na sociedade por mudanças, a campanha também traz, nas redes sociais da Change.org, conteúdos didáticos sobre o racismo no Brasil, com dicas práticas sobre como identificar a discriminação e adotar uma postura antirracista, além de uma linha do tempo com marcos legais de exclusão de pessoas negras. 

 

“Sabemos que infelizmente muitos brasileiros e brasileiras ainda não têm uma compreensão básica sobre os impactos do racismo estrutural, que interfere no acesso a direitos fundamentais para pessoas negras e vai além, minando possibilidades de que desenvolvam seu potencial e até mesmo abalando a autoestima dessa população”, afirma Anne Galvão, conselheira de Diversidade e Inclusão da Change.org, porta-voz da campanha.  


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Me chamo Carla Sabrina sou negra, mãe e candanga. Graduanda de Comunicação Social, na área de Publicidade, consultora de moda e marketing, e influenciadora por paixão.

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