Volta Atelier - Nica por aí

Volta Atelier

  • sexta-feira, julho 16, 2021
  • By Carla Sabrina
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A marca de acessórios de Fernanda Daudt dedica-se a um processo de ação social por meio do handmade sustentável, entre Nova York e o Rio Grande do Sul.

A jornada de Fernanda Daudt como designer começa com uma visão humana e sua capacidade de imbuir aos acessórios um senso de consciência ambiental. Designer e consultora treinada, seu processo criativo é impulsionado pela experimentação e pela exploração das diversas possibilidades de reaproveitamento da indústria coureira no Brasil. Assim começou a Volta Atelier, projeto de marca de acessórios upcycling.

Volta Atelier está baseada em New York e vende bolsas produzidas no Brasil com descartes pelo mercado de couro do Rio Grande do Sul. A produção se divide entre Caxias do Sul e São Leopoldo e há ateliês específicos para corte, montagem e costura. Por enquanto, são 12 modelos de bolsas casuais que utilizam o mínimo possível de metais. Todas as peças são feitas à mão, com sobras, e por mulheres refugiadas em situação de vulnerabilidade social. "Entrei em contato com o Centro de Atendimento ao Migrante, uma ong que as ajuda a se estabelecer por aqui. Selecionamos algumas delas, que receberam um treinamento e se revelaram ótimas artesãs - e estão conosco até hoje."


De Nova York, Fernanda organiza o fluxo entre a busca aos couros e a produção, onde todas as peças são costuradas a mão pelas artesãs da Volta que assinam seus nomes nas etiquetas.

Volta também significa "retornar", o que traduz muito do propósito: recuperar heranças culturais, como a costura manual e o trabalho artesanal, estimulando economicamente comunidades através da economia circular. O resultado é uma coleção atemporal de acessórios, onde a estrutura de produção não é ditada por coleções nem pelo modelo, mas em função da matéria-prima disponível. A Volta já está presente em mais de 60 lojas, entre Estados Unidos, Porto Rico, México, Japão e Brasil, e também on-line. As bolsas custam entre US$ 160 e US$ 380.

"O descarte é uma falha de design, uma obsolescência programada. O mundo não comporta mais isso. As novas gerações querem consumir de outra maneira. Estamos alinhados com os princípios de desenvolvimento sustentável da ONU. Como consultora na Assintecal, eu visitava diversas fábricas na China e sempre havia aquela montanha de resíduos nos fundos. Era muito impressionante."

A constante quantidade de descartes da indústria começou a dar forma à Volta. A marca recebeu mentoria da consultora americana Cheryl Beall, durante o Trade Show do SXSW em 2018 no Texas. Considerado um dos mais importantes eventos para os setores de Economia Criativa e Tecnologia do mundo, o festival SXSW já foi palco para lançamento de aplicativos como Twitter, Foursquare, Uber e AirBnB. A Volta foi uma das empresas selecionadas pela Apex-Brasil, órgão responsável por coordenar eventos e ações brasileiras.

Em Nova York, a Volta faz parte da Flying Solo, loja/showroom coletivo de marcas independentes que fica no SoHo e desfila nos dias da NYFW. De lá, Fernanda vai planejando a expansão lenta e coordenada da marca, sem perder a mão da circularidade e da certeza de fazer um trabalho social transparente. "Nossa ideia é treinar esse grupo e colocar essas mulheres para trabalhar também para outras marcas. Não temos um discurso paternalista, não estamos aqui para salvar ninguém. Pelo contrário, são elas que nos empoderam."

No Brasil, modelos exclusivos da Volta Atelier podem ser encontrados na plataforma 2Collab ( @2collab_) .

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Me chamo Carla Sabrina sou negra, mãe e candanga. Graduanda de Comunicação Social, na área de Publicidade, consultora de moda e marketing, e influenciadora por paixão.

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